sábado, 26 de junho de 2010

Aquela que eu amo é... Capitulo: 02

Mais TOILI para nossos leitores! Preparem-se, este capitulo é alucinante!!!!

Aquela que eu Amo É...
Capítulo 2 - Shinji pertence a mim!
Escrito por Alain Gravel
Traduzido para o português por Carlos Jacobs
Baseado em personagens criados por GAINAX
Protegido por direitos autorais
http://www.geocities.com/Tokyo/Teahouse/2236 /
(*) Veja notas de traduções para detalhes
(número) Veja as notas do autor para detalhes sobre um assunto
específico
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Capítulo 2 - Shinji pertence a mim!
Passava das 18:00 quando Misato voltou da Sede da NERV. Quando ela
entrou no apartamento, eu tinha a comida dela pronta e terminava todos
os preparativos necessários para ela improvisar uma festa. Enquanto
Misato teria chamado isto de um feito e tanto, eu não merecia tanto
crédito. As festas dela eram bastante simples e fáceis de preparar. Tudo
que era preciso era cerveja, sake, batatas fritas e outros lanches,
refrigerantes para os participantes mais jovens como eu, e mais cerveja.
A tarefa mais dura era limpar o apartamento depois.
Felizmente, eu estava escalado para limpar nos sábados e domingos,
assim não era muita coisa para ser feita, diferente das quintas-feiras,
já que Misato "limpava" nas quartas-feiras. Como aquela mulher podia ser
tão desordeira estava além da minha compreensão.
Para ser franco, eu fiquei alegre quando Misato apareceu. Asuka
havia decidido sair do esconderijo quando reconheceu o aroma que vinha
da cozinha e desde então nós tínhamos compartilhado um silêncio
embaraçoso. Às vezes, ela parecia como se quisesse dizer algo, mas as
palavras continuavam se perdendo no caminho entre seu cérebro e sua
boca. Eu não podia culpá-la, porque eu me sentia do mesmo jeito.
Assim nós começamos a comer em silêncio e tentamos não encarar um ao
outro. Por mais que tentássemos, nós acabávamos olhando, esperando que o
outro não notasse o rubor em nossas bochechas.
Com a volta de Misato as coisas voltaram ao modo como elas eram. Nós
falando sobre tudo e sobre nada. Asuka até mesmo conseguiu inventar uma
mentira bastante convincente sobre como a escola tinha sido tão chata e
como Misato tinha estragado o dia dela. Eu entendi o significado não
explicito dessas palavras, e ele doeu. Eu penso que Asuka deve ter
notado isso, porque ela me deu um olhar confortador. Eu sei que Misato
tinha estado atenta a silenciosa troca entre eu e Asuka, mas ela decidiu
não mencionar isto. Eu realmente estava grato por isso. Nos três de
repente, sem mais nada a dizer, ficamos em silencio. Asuka finalmente
decidiu sair e se juntar a companhia de Pen-Pen na frente da Televisão.
"Ha alguma coisa que você queira me falar, Shinji-kun"?
Às vezes, eu me surpreendia pensando que Misato era provavelmente a
pessoa mais próxima que eu tinha de uma mãe. Este era um desses momentos
raros. Ela estava me dando um olhar preocupado, genuinamente atencioso.
EU quase lhe contei o que se passava em minha cabeça. Quase.
"Talvez depois Misato-san".
Eu me levantei e me juntei a Asuka. Eu não me sentia confortável na
companhia dela, mas no momento, era mais seguro que ter que confrontar
Misato.
* * *
Touji e Kensuke chegaram cedo. Provavelmente para ter mais tempo
para babar em cima da Misato, embora Touji estivesse mais sério que o
habitual. Eu desconfio que ele estava um pouco preocupado comigo. Eu me
considerei sortudo. Touji era um sujeito agradável e um grande amigo.
Provavelmente o primeiro amigo de verdade que eu tive, junto com
Kensuke. Eu devia muito a eles, assim eu tentei extraordinariamente
parecer alegre. Eles não tinham que se preocupar com os meus problemas.
Hikari chegou logo após. Ela disse "Oi" para todo mundo, então,
literalmente arrastou Asuka ao seu quarto. Pelo que eu pude adivinhar,
Hikari tinha intenção em ter com Asuka uma conversa semelhante a que ela
tinha tido comigo na escola. Enquanto eu apreciava as intenções de
Hikari, eu sentia pena por Asuka; Hikari às vezes podia ser tão mandona.
"Não se preocupe Touji, um dia será você quem ela arrastará para um
quarto". Provocou Kensuke.
Touji ficou vermelho e tentou nos convencer ele não se preocupava se
ele teria algum tempo sozinho com a Rep. Classe. Misato e Kensuke
desabaram a rir, seguidos por mim. Desnecessário dizer nós não
acreditamos nem um pouco.
Desde que os adultos ainda tinham de aparecer e Hikari estava longe
das vistas, Misato decidiu continuar provocando Touji, o molestando com
perguntas embaraçosas sobre ele e sua namorada, ao mesmo tempo em que
lhe oferecia uma vista boa e ampla dos seus seios levemente cobertos.
Kensuke e eu continuamos a rir do pobre Touji, até que Misato decidiu
que nós deveríamos ser seu próximo alvo. Mas a chegada súbita de Maya e
Ritsuko nos salvou, colocando Misato em uma posição comprometedora, do
tipo que teria excitado a maioria dos homens.
"Dando em cima de crianças agora. Como você é sem-vergonha..."
Era agora a vez de Misato ser provocada pela boa Dra. Akagi. Mas se
uma coisa eu tenho que dizer a favor da Misato, é sua habilidade para
virar qualquer desvantagem em uma vantagem.
"Uma garota não pode passar todas as suas noites sozinha. E você não
deve subestimar estes meninos. Eles podem parecer jovens, mas eles têm
tudo que um homem de verdade precisa... e uma mulher".
"Misato"!
Ritsuko espumava de raiva, enquanto a face de Maya ficava vermelha.
A operadora de computador da NERV parecia se envergonhar facilmente.
"Mas por que usar essas pobres crianças para satisfazer seus desejos
quando um homem como eu está disponível para a tarefa".
Misato ficou branca. Parecia que ninguém tinha notado Kaji na porta.
Eu não sei se as meninas tinham escutado nossa conversa, mas Asuka
escolheu aquele momento para pular fora do quarto dela e se lançar nos
braços abertos de Kaji, pelo menos foi o que pareceu para Misato, é
claro.
Não foi a primeira vez eu tinha visto Asuka agir assim. Eu sabia de
sua paixão por Kaji. Mas pela primeira vez, eu era subjugado por uma
emoção muito forte, que eu nunca tinha sentido antes. Ciúmes. Eu mal
notei o fato que Misato tinha o mesmo olhar que provavelmente estava na
minha cara. Hikari e Touji provavelmente tinham notado.
Eu não estou certo, mas eu acho que eles me perguntaram se eles
poderiam ver a geladeira de Pen-Pen. Eu não prestei atenção. Eu acho que
era isso o que eles perguntaram, porque era onde eles me levaram.
Uma vez que eu tinha me acalmado e tinha começado a ter pensamentos
racionais, eu tentei pensar no que havia acontecido a pouco. Eu tinha
sentido ciúmes. E não tinha conseguido esconder este fato. Isso
significava que eu realmente me importava com Asuka? Mais que eu me
preocupava com um amigo comum?. O que era Asuka para mim?
"Você esta ok, Shinji"?
"Eu não estou certo. Eu acho que sim. Obrigado, Touji".
"As ordens, meu camarada".
Logo, Hyuga e Aoba chegaram, então todo o mundo foi para a sala.
Misato escolheu aquela hora para pedir uma cerveja. Desde que a ela
obviamente faltava qualquer habilidade social, eu perguntei para todos
se eles queriam alguma bebida.
Todo o mundo disse alegremente sim. Eu estava a ponto de pegar as
bebidas quando eu ouvi uma batida na porta. Ao abrir a porta apareceu
Rei. Exatamente na hora certa, 20:00. Eu não estava surpreso.
"Olá Rei".
"Oi... Ikari-kun".
Isso era estranho. Ela parecia inquieta. Entretanto, ela já tinha se
comportado estranhamente hoje.
"Entre!"
Por um momento, ela parecia pronta para dizer algo, mas simplesmente
acenou com a cabeça e entrou. Eu a levei para a sala de estar onde eu
pedi para ela se sentar próxima a Touji, a quem eu olhei nos olhos. Ele
acenou com a cabeça, entendendo que eu queria que ele cuidasse de Rei, e
ver se ele poderia dar um jeito de acalmar as hostilidades inevitáveis
entre ela e Asuka. Hikari parecia ter entendido também, porque ela
dobrou os seus esforços para afastar a atenção de Asuka.
Eu retornei aos meus afazeres na cozinha e rapidamente voltei com
quatro cervejas e dois copos de vinho branco pedidos por Maya e sua
Sempai. Eu olhei para meus amigos. Bom. Nenhum dano a propriedade ainda.
De volta a cozinha, de repente me deparei com um dilema. Eu tinha
esquecido de perguntar para Rei se ela queria alguma coisa, e eu
realmente não queria perguntar isso debaixo do nariz da Asuka. Ela podia
reagir muito mal. Novamente.
Finalmente decidido a trazer algo para Rei, eu tinha que adivinhar o
que ela gostaria de beber então. De alguma maneira, eu duvidava que ela
estaria interessada em um pouco de refrigerante. Eu não pensava que ela
se interessaria por alguma bebida doce.
Água? Muito simples. Café? Não, definitivamente uma idéia ruim. Eu
não achava que ela gostaria de café; e eu não precisava de uma Rei
movida a cafeína, embora eu gostaria de ver se poderia ter algum efeito
nela.
Melhor não saber. Eu finalmente me decidi por uma xícara simples de
chá. Levaria algum tempo para preparar. O que estava bom para mim. Eu
poderia ficar longe da festa por um pouco mais de tempo.
Quando eu finalmente voltei, eu fiquei chocado pelo que eu vi. Rei
estava ativamente discutindo com Kensuke. Mais que isso, ela estava
falando e Kensuke, junto com os outros, estava escutando. Eu dei a todos
suas bebidas e percebi que Rei estava contando nossa primeira missão
juntos, a batalha contra o Quinto Anjo. Enquanto Rei ainda mantinha o
tom de voz controlado, eu poderia definitivamente pegar um tênue rastro
de excitação.
"Que legal, Rei"! exclamou Kensuke uma vez que Rei tinha terminado a
sua história.
Eu não estava surpreso pelo comentário de Kensuke. Ele ficava maluco
com
qualquer coisa relacionada aos EVAs e as batalhas contra os Anjos.
Depois de
toda briga, ele me fazia perguntas e toda vez eu lhe respondia que eu
não queria falar sobre isto. Eu odiava lutar com os Anjos. A última
coisa eu queria era lembrar dessas lutas. Mas eu percebi... eu não me
importava em ouvir Rei recontando essas histórias.
"Humf! eu não vejo porque isso é tão legal? Shinji matou ele, não
ela"!
Por que eu não fui pego de surpresa ao ouvir essas palavras de
Asuka?
"Não é legal?! Ela foi grande! Usando seu próprio EVA para proteger
Shinji com o risco de sua vida! Só heróis fazem isso! Se você me
perguntar, é muito
melhor que ser usado como isca para um peixe supercrescido!"
Eu balancei minha cabeça. Isso era uma coisa muito estúpida para se
dizer.
"MORRA"!
Percebendo a asneira dele, Kensuke correu, seguido por uma Asuka
furiosa.
Eu aproveitei aquela oportunidade para oferecer para Rei sua xícara
de chá. Ela me olhou surpresa e ficou um pouco vermelha, mas aceitou o
chá. Então a perseguição entre Asuka e Kensuke tomou sua atenção.
Desde que o apartamento tinha pouco lugar para onde correr e até
mesmo menos para se esconder, Asuka pegou ele logo e tentou atravessar o
punho dela pelo crânio dele.
Kensuke teria provavelmente perdido a consciência sem não fosse a
ntervenção de Kaji, que consistiu em perguntar para Asuka pela missão do
oitavo Anjo, seu primeiro, e único, sucesso solo. Asuka rapidamente
perdeu o interesse em Kensuke, agarrando uma chance para tentar
impressionar Kaji. Eu sabia que ela ia obviamente evitar mencionar como
eu fui forçado a pular para dentro do vulcão a tempo para salva-la. Mas
eu não me importei. Ao contrário dela, eu não estava interessado em ser
um glorioso piloto de EVA.
Depois que Touji arrastou Kensuke de volta ao nosso pequeno grupo,
Shigeru pegou seu violão e começou a tocar suas melhores composições. Eu
fiquei impressionado, ele era muito bom! Eu poderia sentir as emoções
que ele tentava expressar através de sua música. Elas eram quase
melancólicas.
Então, ele tocou uma canção que eu reconheci rapidamente. Eu
acredito que era chamada "Fly me to the Moon". Era bastante popular. Eu
quase poderia ouvir as palavras... Não. Eu ouvi as palavras. Muito
suavemente, quase sussurros. Eu encarei Rei, um olhar de descrença em em
meus olhos. Os olhos vermelhos dela encontraram os meus.
A voz dela ganhou um pouco de intensidade, como se as palavras
fossem destinadas para mim.
"...Fill my heart with song
And let me sing forevermore
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true!
In other words, I love you!..."

"Uau, você é boa, Rei". disse Hikari, visivelmente impressionada.
"Boa? Isso não é nada! Eu mostrarei para você quem é boa! Na
realidade, eu mostrarei para você o que é uma grande voz"!
Fiel a suas palavras, a própria Asuka começou a cantar, obviamente
tentando cobrir a voz de Rei com a própria. Enquanto a voz de Rei tinha
uma qualidade relaxante, a de Asuka era pura e rica, cheia de energia.
Mas ambas eram igualmente bonitas.
"...Fly me to the moon
And let me play among the stars
Let me see what Spring is like
On Jupiter and Mars
In other words, hold my hand!
In other words, darling, kiss me..."

Então, uma Misato levemente bêbada voltou a vida.
"Este é o espírito Asuka! Façamos um karaoke! Shin-chan, vá pegar a
máquina de karaoke!"
"Nós não temos uma máquina de karaoke Misato-san..."
Ela me deu um olhar desorientado.
"Não?"
Eu sacudi minha cabeça.
"Então me arranje outra cerveja"!
Quando eu voltei da geladeira, Misato estava cantando agora,
seguindo com a sua idéia de um karaoke improvisado.
Eu percebi que repentinamente estava me sentindo bem. Até agora, as
coisas tinham ido bem. Quase. Mas sem preocupações.
Eu na verdade começava a apreciar esta festa...
* * *
Depois de alguns horas, Shigeru se cansou de tocar o violão, assim
Kaji decidiu prover o fundo musical. Logo, o pequeno apartamento estava
cheio do som de uma velha canção americana. Eu não sabia o que a maioria
das palavras significava, mas eu tinha que concordar que a melodia era
agradável.
Com a exceção de Kensuke, todo mundo ainda estava aqui.
Eu assisti com interesse o que estava acontecendo em frente aos meus
olhos.
Touji e Hikari atiravam olhares um para o outro, quando sabiam que o
outro não estava olhando. Mas nenhum deles parecia ter a coragem para
fazer alguma coisa.
Enquanto os sentimentos de Hikari para com meu amigo eram bastante
óbvios para todo mundo menos para ele, ele por outro lado parecia ter
sentimentos conflitantes sobre ela. Às vezes eu não podia entender
completamente o que se passava na mente dele.
Asuka estava tentando duramente conseguir uma dança com Kaji. Mas a
atenção de Kaji estava concentrada apenas na major ligeiramente bêbada,
que também era o objeto da atenção de um resignado Makoto.
Maya estava olhando a Dra. Akagi, enquanto ela própria era observada
por Shigeru. Isto tudo passava desapercebido por uma Ritsuko
completamente perdida em seus pensamentos.
Rei estava olhando a todos, provavelmente com o mesmo interesse que
eu, mesmo que sua face não o demostrasse. Ultimamente, eu tinha
aprendido a não confiar mais em seu olhar sem emoção.
Eu bocejei. Estava ficando tarde e este tinha sido realmente um dia
cheio. Eu me apoiei contra uma parede e fechei meus olhos, me deixando
relaxar pela música. Eu provavelmente teria dormido rapidamente se eu
não tivesse repentinamente sentido alguém se apoiar em mim. Meus olhos
se abriram, mas eu não ousei me mover. Embora surpreso, eu acho que eu
estava aliviado por ver que era Rei. Ela olhou para mim, então fechou os
seus olhos e apoiou a sua cabeça contra meu ombro. Eu estava chocado! Eu
não estava seguro como deveria reagir. Parte de mim queria se levantar e
correr dela. Mas outra parte de mim parecia estar no controle; outro
Shinji, que me convenceu a relaxar e desfrutar a intimidade
compartilhada.
Eu olhei novamente para ela e fiquei pasmo pelo que eu vi. Ela não
estava sorrindo, mas eu não via nela tampouco a sua expressão habitual.
Ela parecia calma, quase angelical. Vendo ela assim acabou com meu medos
remanescentes. Eu fechei meus olhos novamente, e me deixei ficar perdido
no momento. Eu me sentia... incrivelmente bem. A paz, um tipo de paz que
eu nunca tinha sentido antes. Eu sentia como se nada de ruim pudesse
acontecer a mim. Eu me sentia seguro. O momento era quase mágico. Mas
momentos como estes não foram feitos para durar. Começou com um
risadinha. Então uma Misato bêbada disse algumas palavras. Mas estas
tiveram um tremendo impacto.
"Oooh... isso que... isso que é um par atraente!"
"Oh meu deus"!
Eu penso que era Ritsuko. Eu não estava certo, eu ainda estava me
sentindo um pouco fora da realidade.
"Manda ver Shinji"!
"Suzuhara-kun"!
Isso foi o bastante para me trazer de volta para o mundo real. Eu
percebi logo que nove pares de olhos foram dirigidos para mim e Rei.
Misato, no seu estado de embriaguez, ainda estava dando risada.
Kaji tinha um sorriso em sua face.
Touji estava em dor, sua orelha sendo puxada por uma Hikari furiosa.
Ritsuko estava muito pálida, um olhar de descrença em sua face.
Maya, Makoto e Shigeru estavam mudos.
Asuka estava furiosa. Novamente.
Eu me levantei de repente, esquecendo de Rei e quase a atirando
longe.
"Não é o que você pensa"!
Depressa, eu tentei pensar em algo para dizer. Algo que fizesse
sentido. Eu pensei em dizer "desculpe" mas percebi como soaria estúpido.
Então, Rei que já estava novamente de pé, envolveu meu braço com o
seu
e deu a todos um sorriso doce.
Ritsuko desfaleceu.
O sorriso de Kaji alargou.
Misato engasgou com a sua cerveja.
Então, como se fosse possível, Asuka ficou ainda mais furiosa. Ela
literalmente empurrou Kaji, a quem ela ainda estava agarrada, que
terminou colidindo com Misato em uma posição muito embaraçosa, e deu um
soco em Rei. Para a surpresa de todo o mundo, Rei pegou o punho de Asuka
com sua mão livre.
Eu fiquei muito impressionado. Eu não sabia que Rei tinha tais
reflexos rápidos. Entretanto, eu não sabia muito dela, sabia? Podia
muito bem ser uma mestre em artes marciais, embora isso era meio
duvidoso. Mas desde que ela tinha estado por muito tempo na NERV, era
bem possível que o Pai tenha imposto a ela um certo grau de treinamento
em combate corpo a corpo. Somente para torna-la uma piloto mais
eficiente. Ou talvez ela apenas tenha bons reflexos naturais.
Não funcionando um ataque físico, Asuka reverteu para o ataque
verbal.
"Du... du Hure! (*) Deixe meu Shinji em paz"!
Eu não estava exatamente seguro do que "hure" significava, mas eu
podia ter algumas boas idéias.
Rei não reagiu nem um pouco. Eu esperava isto de alguma maneira.
"Ikari-kun não é seu".
Não havia nenhum traço de raiva na sua voz macia. Isto foi
suficiente para enlouquecer Asuka.
"Sim ele é! Shinji pertence a mim"!
Esta discussão era tão irreal. Eu devo ter sonhado. Disso era o que
eu tentava me convencer. Apenas um sonho. Apenas um maldito estúpido
sonho.
"Ikari-kun não pertence a ninguém. E se ele pertencer, então ele
deveria pertencer a mim. Ele me deve a sua vida".
Sonho ou não, eu imediatamente entendi o que ela queria dizer. Nossa
primeira missão juntos. O Quinto Anjo. Rei tinha quase perdido sua vida
protegendo a Unidade-01 do disparo do Anjo. Eu sempre tinha pensado que
ela tivesse feito isto por meu pai. Pela missão. Mas agora... Ouvindo
ela mencionar isso esta noite. Nessas circunstâncias... eu imaginei...
"Cai fora"!
Desta vez, Asuka empurrou Rei com todo o peso de seu corpo. Pareceu
funcionar, já que Rei soltou sua mão de meu braço.
"Eu não sei o qual é o seu pequeno jogo, "Garota Maravilha", mas
esqueça ele! Ele é meu, meu"!
"Este não é um jogo. E ele nunca será seu. Eu não permitirei isto".
"O que? você está tentando dizer que ele é seu?
"Eu fui a primeira. Eu fui a que teve a atenção dele antes de você
chegar. Mas sua influência cessará. Você é só uma estranha, sem nenhum
real propósito aqui. Sua única meta é ser a melhor. Satisfazer seu ego
despedaçado. Mas logo Ikari-kun será melhor que você. Então o que você
terá para oferecer? Qual será o seu valor"?
Eu não pude fazer nada a não ser engasgar com as palavras de Rei.
Isto era provavelmente verdade. Mas também era muito cruel. Pela reação
na face de Asuka, eu podia dizer que ela estava sentida. Bastante.
"Então você pensa que é melhor! De todos nós você é a pior piloto! O
que uma boneca inanimada como você pode oferecer que eu não possa?
"Minha vida. Meu corpo. Minha alma".
A face de Asuka gelou. Obviamente ela não esperava tal resposta. E
eu tenho que admitir, nem eu. Francamente, eu estava seriamente pensando
se eu estava ou não acordado. Isto tinha que ser um sonho. Ou um
pesadelo. Eu não estava realmente seguro.
"Sua vida? Você está dizendo que você morreria por ele"?
"Sim".
"Você é estúpida"?
"Não. Minha vida sempre teve um único propósito. Mas agora eu achei
um propósito mais alto. Evitar que Ikari-kun se machuque. Faze-lo
sorrir. Faze-lo feliz".
Todo o mundo ficou calado, tentando entender o que Rei tinha dito ha
pouco. Eu mais que todos. Afinal de contas, estas eram muitas palavras
vindas de Rei. Ela esclareceu isto para nós.
"Eu ainda estou insegura sobre o que é o amor. Mas eu acredito que
eu amo Ikari-kun".
Asuka caiu de joelhos, como se ela tivesse sido acertada por um
punho. Ela levantou sua cabeça. Os olhos dela estavam com lágrimas. Ela
me deu um olhar suplicante.
"Me diga Shinji... você disse que gostava de mim... me diga que você
não ama ela... me diga que você me ama!
Eu fiquei quieto. Eu não sabia o que dizer. Eu ainda estava em
choque pelo que ambas tinham dito.
"Não me diga que eu estou te perdendo para ELA"!
Eu quis falar mas eu me encontrava incapaz de faze-lo.
"Diga qualquer coisa! Diga que você me odeia! Diga que você me ama!
Ou diga que não se importa"!
Eu só... a encarei.
"Diga algo"!
Isso saiu como um grito estrangulado. Ela parecia tão frágil. Assim
vulnerável. Como um animal ferido. Eu quis toma-la em meus braços,
conforta-la, lhe dizer o que ela queria ouvir...
Mas eu não fiz nada.
Que covarde que eu era. Eu me odiei.
Vendo o que ela provavelmente considerou uma recusa em responder,
Asuka se levantou e correu para seu quarto.
"Bem! Se divirta com sua boneca"!
Ela bateu a porta forte. Então eu pude ouvir ela chavear a porta com
a tranca que ela tinha convencido recentemente Misato a instalar, sob o
pretexto que pervertidos como eu tentariam espiar ela.
Eu olhei como que pedindo desculpas às pessoas a minha volta. A
festa tinha terminado.
"Eu sinto muito".
Todo mundo parecia entender.
Rei me ofereceu um sorriso angelical.
* * *
Depois de me encarregar de levar Misato para o quarto dela, eu
decidi escoltar Rei para o seu apartamento. Estava tarde e até mesmo com
o Serviço Secreto em cima da gente, eu não me sentia confortável com a
idéia dela voltar sozinha para casa.
Mas a verdade era... eu só estava procurando uma razão para deixar o
apartamento.
Correr para longe do choro que eu podia ouvir vindo da porta da
Asuka.
* * *
Estava escuro nas ruas vazias de Tóquio-3. Devido aos recentes
ataques dos Anjos, partes do sistema elétrico de Tóquio-3 tendia a
repentinas quedas. Parecia que as luzes nesta parte da cidade tinha
sofrido um desses problemas. E além disso, o céu estava cheio de nuvens
negras, escondendo a lua. Provavelmente choveria logo. Eu teria gostado
de encorajar Rei a se mover mais rapido, mas eu estava relutante em
fazer isso. Acelerando nosso passeio também significava voltar mais cedo
ao apartamento... e aos choros de Asuka. Bem, na verdade eu me sentia
bem tendo um passeio noturno. Um passeio a sós com Rei.
Quando eu olhei para ela, eu não podia fazer nada a não ser admira-
la. A sua pele pálida se salientava na luz escura, lhe dando um olhar
quase misterioso. Ela parecia uma boneca de porcelana, bonita, todavia
frágil. Não, de fato isto era uma péssima descrição pelo que eu percebi,
fascinado pelas linhas delicadas da face dela. Ela era algo alem de
bela.
Ela virou a cabeça e nossos olhos se cruzaram. seus olhos vermelhos
quase pareciam brilhar, como pontos de fogo na escuridão. Um homem
poderia se perder nesses olhos.
"Qual é o problema Ikari-kun"?
Como sempre, a voz dela estava calma e impenetrável, mas eu poderia
ver um tênue rastro de preocupação nos seus gestos.
"Você... você é bonita..." eu sussurrei.
Os olhos dela se arregalaram. Eu tinha dito o que eu pensava que eu
tinha dito?.
Sim, eu fiz. Eu queria dizer isso. E ela tinha me ouvido.
Eu não sabia o que se passava comigo, mas eu sentia a necessidade em
repetir essas palavras.
"Você esta muito bonita esta noite, Ayanami".
Passada a surpresa inicial, as bochechas dela ficaram rosadas. Ela
virou a cabeça para o outro lado e olhou para o chão, provavelmente
muito envergonhada para olhar para mim.
Durante um segundo, desejei saber se eu deveria ter mantido minha
boca fechada.
Mas ela olhou novamente para mim com aquele seu sorriso angelical.
"Obrigado".
Nós olhamos um ao outro por algum tempo. Então como um acordo não
dito, nós seguimos nosso caminho.
Meu coração estava disparando. Eu não podia acreditar no que tinha
acontecido hoje à noite. Rei tinha dito que ela me amava. Agora eu a
estava levando para a casa, e no caminho, eu tinha lhe dito que ela
estava bonita. Minha mente estava quase com uma sobrecarga.
Então, meu coração doeu. Quando eu pensava sobre o que Rei tinha
dito, eu não podia parar de pensar sobre a briga que ela tinha tido a
pouco com Asuka. E como a garota alemã tinha sido devastada por mim e
Rei.
"Você não deveria ter dito isso".
Rei parou de caminhar e olhou para mim.
"Dito isso o que?"
"Você foi realmente malvada com a Asuka esta noite"
"Eu só falei a verdade".
Isso era verdade, eu sabia disto. Mesmo assim... eu não me sentia
bem.
"Algumas verdades podem doer se a pessoa não estiver pronta para
ouvir. Eu... bem... só seja mais cautelosa sobre o que você diz. Podemos
lidar com Asuka sem a necessidade de esmaga-la.
"Muito bem".
Rei parecia ter voltado o caminho para a casa dela quando novamente
olhou para mim.
"Você a quer?"
"Eu não sei", eu admiti." Eu acho que eu quero. Eu não tenho muitos
amigos. Ela, Touji, Kensuke, e Hikari numa certa extensão. Misato-san. E
você. Eu não quero que meus amigos se machuquem. Especialmente por um
tolo como eu".
Rei parecia satisfeita por esta resposta.
"Você não é tolo, Ikari-kun".
Então ela se virou e se foi. Eu rapidamente a segui.
* * *
Tinha levado vinte minutos para que finalmente chegássemos ao
apartamento dela. Mas para mim, parecia ter levado mais tempo. Toda vez
que eu começava a gostar de acompanhar Rei, a face de Asuka inundava a
minha mente. Aquele olhar choroso. Aquela única imagem mental continuava
arruinando o que deveria ter sido um momento agradável para mim.
Nós chegamos lá justamente quando começou a chover.
Eu tinha quase esquecido das condições apavorantes nas quais Rei
vivia. Um edifício sujo que parecia desabitado. Uma quantidade grande de
lixo empilhada próximo à porta dela. Eu não teria me surpreendido se eu
tinha visto um rato perto. E aquele barulho sem fim. Como Rei poderia
aceitar tal condição, eu não podia saber.
O interior do apartamento dela estava como o exterior: uma bagunça.
Era muito parecido com o que eu me lembrava. Um chão que precisava
urgentemente ser limpo. Uma camada grossa de pó em todos lugares.
Lençóis amassados. Bandagens sangrentas caídas em todos lugares menos na
lata de lixo. Até mesmo alguma roupa íntima suja aqui e lá.
"Há alguma coisa errada"?
Rei tinha notado o olhar de desaprovação que muito provavelmente
estava na minha face.
"Como você pode viver em tal bagunça? Não a incomoda?"
"Não. Não incomoda. Deveria"?
Eu fiz uma careta.
"Claro que deveria! Não é saudável! Além disso, o local onde vive é
um refleo de você. Se você não respeita isto e toma conta dele, então eu
não posso ver como você pode se respeitar. E você quase não pode esperar
que qualquer pessoa a respeite."
"Mas você me respeita, não respeita?"
Droga! Ela estava certa.
"Sim, eu respeito".
"Então sua lógica é errada".
Eu levei alguns momentos para pensar.
"Eu aprendi a te conhecer melhor. Mas no princípio eu pensava que
você era estranha".
Era verdade. Eu não pensava que era a melhor coisa para dizer, mas
era a única coisa que tinha passado pela minha mente.
"Eu não viveria em tal bagunça". Eu emendei, determinado a ganhar
meu argumento. Eu afinal de contas não fazia a limpeza da Misato por
diversão.
Naquele comentário, Rei deu uma olhada ao redor, uma expressão
envergonhada, se formando lentamente na sua cara.
"Eu entendo. Por favor me mostre o que eu deveria fazer".
Eu estava surpreso.
"Será meu prazer".
* * *
Rei só tinha uma quantidade limitada de produtos e acessórios de
limpeza, não surpreendentemente intatos, mas mesmo assim nós conseguimos
fazer o apartamento dela brilhar. Bem, quase. Não havia muito que
poderia ser feito naquela cela naquele momento. Mesmo assim, estava
muito melhor e nós fomos recompensados por um agradável leve aroma de
limão.
Sendo bem franco, eu tinha sido surpreendido pela falta de
habilidade de Rei nos afazeres domésticos. Ela sabia lavar um chão, já
que como qualquer outro estudante ela estava escalada para os deveres de
limpeza regulares na escola, mas era só isso. Na realidade, eu penso
honestamente que ela não sabia espanar mobília, lavar o banheiro ou o
chuveiro, ou até mesmo a pia da cozinha. Ela nem mesmo parecia saber
arrumar uma cama. Eu não estava seguro por que, mas eu acreditava que
era tudo culpa de meu pai.
Algum dia, eu teria que perguntar para Rei sobre o passado dela.
"Mudança agradável você não acha"?
"Sim. É... agradável".
Rei estava de alguma maneira espantada das mudanças feitas em seu
apartamento. Eu não sabia se ela poderia imaginar que isto poderia
parecer....limpo.
"Eu acredito que tudo que resta agora é esses lençóis de cama. Você
tem uma lavadora de roupa?"
"Sim". (1)
Eu refleti sobre a pergunta um pouco. Estava ficando bastante tarde
e lavar os lençóis dela levaria algum tempo.
"Eu imagino que eu poderia lhe mostrar como lava-los amanhã se você
quiser".
"Sim! Por favor venha"!
Eu fiquei assustado pela súbita explosão de emoções de Rei. Ela
parecia... feliz. Ela tinha um sorriso atraente no rosto e os olhos dela
estavam ardendo com vida.
"Obrigado, Ikari-kun".
"Eu fico feliz em ajudar, Ayanami".
Como a pouco tempo atrás, nossos olhares se encontraram. Eu tentei
dizer ou fazer algo, mas meu cérebro não funcionava corretamente.
"Ikari..."
Eu mal compreendi o som de meu nome.
"O que eu sou para você"?
Ela se aproximou, o corpo dela quase contra o meu. Eu recuei um
passo.
"Você se preocupa comigo"?
Eu soube que ela estava esperando por uma resposta. Eu poderia ver
isto nos olhos dela. Eu também sabia que eu não podia escapar. Eu tinha
que responder.
"Eu... eu me preocupo com você. Eu... eu gosto de você, Ayanami.
Você é um de meus únicos amigos".
Por que essas palavras soaram muito familiar?
"Eu sou só uma amiga para você"?
Novamente, ela deu um passo adiante. Eu não podia fazer nada a não
ser contemplar seus lábios quase contra os meus.
"Eu sou?"
Tinha sido só um sussurro em minha orelha, mas eu poderia jurar que
isto tinha tido mais impacto que qualquer grito ou urro que eu poderia
ter ouvido.
Eu recuei um passo. Parte de meu cérebro registrou o fato que eu
estava agora relativamente perto da porta do apartamento dela.
"Eu... bem... eu não estou seguro... eu não penso assim..."
"Talvez eu deva ajuda-lo a pensar nisto."
Eu gelei quando eu notei que ela estava removendo a alça do seu
uniforme escolar.
"O que... o que é que você...?"
"Ikari. você quer se tornar um comigo"?
Isto tinha que ser um sonho. Uma dessas fantasias selvagens... Yeah,
eu estava sonhando!
Mas, se eu tivesse estado sonhando, por que Rei estava parecendo tão
nervosa? E por que eu me sentia subjugado pelo pânico quando ela começou
a desabotoar a camisa?
"Unidos em corpo e alma"?
Oh, Deus! Este não era um sonho! Eu estava lá, em um apartamento
pequeno, só com minha amiga e colega piloto, uma menina muito bonita que
estava tirando as roupas dela e me perguntando se eu queria ter sexo com
ela!
OH DEUS!
Eu poderia ver agora claramente o sutiã dela. Minha mente apenas foi
embora e meus instintos assumiram.
Eu corri.
Eu deslizei no pavimento molhado e cai em um monte de lixo próximo a
entrada do bloco de apartamentos. Mas não importava. Eu estava fora.
Eu apenas deixei a chuva cair em minha face e tentei reduzir a
velocidade das batidas de meu coração. O pensamento de que eu tinha
feito algo realmente bobo então me ocorreu. Rei estava agora
provavelmente brava. Eu teria sorte se ela não me odiasse.
Ela veio para fora. Ela estava de volta à seu calmo e controlado eu.
Ela me encarou.
"Eu... eu sinto muito..."
Em vez de me arrebentar como eu pensava que ela ia, sua face se
suavizou. Eu acho que eu tinha esquecido que não estava lidando com
Asuka...
"Não sinta".
Ela se apoiou em mim e deu um leve beijo em minha testa. Então ela
me deu um sorriso suave. Inacreditavelmente, a chuva somente parecia
faze-la mais bonita.
"Quando você estiver pronto, você pode me falar..."
Então ela desapareceu.
Por um momento, eu toquei o lugar onde os lábios dela tinham tocado
minha pele. Ela não me odiava. Eu me senti tomado por uma torrente de
alívio. Então eu sorri. Este dia não tinha sido afinal de contas tão
ruim.
Se só eu pudesse tirar de minha cabeça a imagem de uma certa ruiva
em prantos...
* * *
Quando eu voltei finalmente, Misato estava se sentando na cozinha,
xícara de café na mão, falando no telefone. Aparentemente, ela já tinha
superado os efeitos de toda a cerveja que tinha bebido. Ela tinha até
mesmo um olhar sério na face dela, o mesmo que ela normalmente tinha
quando a cargo de operações da NERV. Eu soube imediatamente que eu
deveria me preocupar. E eu fiz.
"Ele já saiu a quase duas horas. Eu estou preocupada".
Eu tinha saído por tanto tempo?
"Eu sei, Ritsuko. Mas o que podemos fazer? Lhes dizer como eles
devem se sentir"?
Elas estavam obviamente discutindo o 'incidente' de mais cedo. Eu
não estava surpreso realmente.
"Bem, Rei me apareceu séria o bastante. E Asuka chorou durante uma
hora antes de adormecer, então eu acho que ela é bem séria sobre isto.
Mas realmente é tudo com Shinji".
Uma hora... Asuka tinha chorado... durante uma hora...
"Não serei eu a lhe dizer para não procurar uma relação se ele
desejar isso. Eles são seres humanos antes de ser pilotos, droga"!
Misato ficou alguns segundos silenciosa.
"O que pode fazer o Comandante? Tranca-los? Fazer lavagem cerebral
neles? Ele precisa deles para pilotar os EVAs. Sem dúvida, ele estará
bravo com Rei, mas ele não é estúpido. Ele provavelmente ordenará que
ela fique longe de Shinji, quando estiverem fora da NERV. Se ela
obedecerá ou não, isso é com Rei".
Meu pai poderia fazer isso? Ordenar que Rei me evite? O que faria
Rei então? Ela disse que ela me amava. Iria ela recusar seguir uma ordem
emitida por meu pai?
Por que eu estremeci ao pensamento? Eu tinha TANTO medo de perder
Rei?
"Você acha que ele realmente faria isto"?
Misato me deu um olhar assustado.
"Ele está aqui. Nós falaremos sobre isso depois".
Ela desligou o telefone, tomou um gole de café e me deu sua total
atenção.
"Shinji! Você está de volta! Oh, meu Deus! Você está completamente
molhado da cabeça aos dedos do pé"!
"Você não me respondeu!"
Eu estava surpreso com meu tom de voz. O meu tom voz parecia bravo.
E eu estava. Mas eu estava bravo com meu pai. Misato não merecia ser o
alvo daquela raiva.
"Eu sinto muito".
"Esta bem. Eu entendo. E para lhe responder... eu não sei.
Francamente, eu não sei como funciona a mente de seu pai. Mas ele parece
ter alguns planos para Rei. E eu duvido que ele fique satisfeito quando
descobrir que sua preciosa piloto decidiu se dar completamente a você".
Eu acenei com a cabeça. Isso soou exatamente igual ao Pai.
"Vá se secar e vista algumas roupas secas. Então nós podemos falar".
Eu acenei com a cabeça novamente. Eu entrei depressa no banheiro
para remover minhas roupas molhadas, e me sequei com uma toalha de banho
limpa. Então usando uma toalha ao redor de minha cintura, eu caminhei
para meu quarto para me mudar. Então eu voltei para a cozinha.
"Então Shinji-kun. O que você fará?
Esta discussão poderia ser longa, assim eu decidi me sentar. Eu
tomei algum tempo antes de responder. Eu precisava organizar meus
pensamentos. Misato pacientemente esperava por minha resposta.
"Eu não sei, Misato-san. Isto está muito confuso. Até hoje, eu
sempre pensei que Ayanami se preocupava um pouco comigo, mas nunca tanto
assim. E eu pensei que ela se preocupava, só porque eu era o filho de
meu Pai... o filho do Comandante. Bem, eu desconfio que eu estava
errado".
Misato acenou com a cabeça.
"E como se coisas não fossem bastante complicadas, Asuka estava
extremamente agressiva. Ela parecia ter ciúmes de Ayanami. Mas isso não
é nada novo. Asuka nunca gostou de Ayanami. E se ela se sentir ameaçada
por algo, ela responderá agressivamente. Mas esta noite... e esta
manhã... ela chorou. Ela chorou, Misato-san! Eu nunca a tinha visto
chorar antes. Bem, a menos não quando ela estava acordada. Por que ela
chorou? Ela sente algo por mim"?
"Eu não sei, Shinji-kun. Asuka é... difícil. É difícil entender
quais são os sentimentos dela. E você Shinji? Quais são seus
sentimentos"?
Eu estava relutante em responder. Ok, eu vivia com Misato. Ela era
boa companhia, e eu penso eu a considerava agora mais uma amiga que uma
guardiã. Mas ela também trabalhava para a NERV... e para o Pai.
"Eu não contarei para ninguém, se é com isso que você se preocupa".
Bem, parecia que ela tinha lido meu pensamento.
"Eu não quero que você escreva isto em algum tipo de relatório
ou..."
Misato fez uma careta.
"Você está ficando esperto, Shinji-kun. Muito bem, eu prometo que
esta conversa não será repetida em qualquer lugar, em palavras ou por
escrito".
Ela sorriu então.
"Então Don Juan. Quem é o objeto de seu afeto"?
"Ambas".
A major engasgou com a resposta.
"O que você disse? Ambas? Que tipo de resposta é esta"?
"A única que eu posso lhe dar."
A surpresa nas maneiras dela foi substituída pela curiosidade.
"Explique-se".
"Bem. Eu os gosto de ambas. E eu não posso dizer qual eu prefiro.
Por um lado, ambas são bastante atraentes. Asuka de um modo flamejante,
e Ayanami... de um jeito misterioso. Isso elas verdadeiramente são...
Quando Ayanami esta ao meu redor... eu me sinto confortável e seguro,
como se nada de ruim pudesse acontecer a mim. Ela é tranqüila. A
presença dela não me aborrece. Não sinto que eu tenho qualquer coisa que
esconder dela. E por Asuka... Bem, eu admiro a energia dela, a força de
vontade dela, a total determinação dela em ser a melhor e aquele ar de
arrogância que emana dela... Contudo às vezes, mesmo raramente, ela pode
parecer tão frágil... que eu gostaria da segura-la e mante-la segura. E
quando ela olhou para Kaji-san hoje à noite... eu quase quis agarra-la e
mante-la perto de mim... Isto pode soar idiota".
Misato sacudiu a cabeça.
"Não, Shinji-kun. Eu realmente acredito que você se importa com
ambas. Mas seguramente há coisas sobre elas você não gosta. Algo que lhe
ajude a escolher... a melhor..."
Eu tomei algum tempo para pensar.
"Bem... Ayanami é fria. É difícil de saber o que ela pensa. Mas
hoje, ela estava completamente diferente. Ela sorriu. Ela disso o que se
passava na mente dela. Ela até mesmo tomou parte das discussões que nós
tivemos durante a festa. E Asuka... Ela apenas continua me insultando e
me provocando. Mas Hikari contou que era porque ela se preocupava
comigo. Se é verdade... Então esses problemas podem não durar muito
tempo.
Misato tomou outro gole de sua xícara. Pela cara que ela fez,
parecia que o café estava frio agora.
"Há mais..."
Eu realmente não sabia se eu deveria falar sobre isso. Entretanto
novamente, se eu queria que Misato ajudasse...
"Hoje à noite.... Ayanami... quis... me quis... para... dormir com
o ela."
Eu atirei a última parte para fora.
"Eu o ouvi corretamente"?
Eu acenei com a cabeça.
"E... vocês dois...?"
"Não! Eu... eu corri para fora..."
Droga! Isto era embaraçoso. Misato me deu um olhar estranho. Eu pude
supor que a mulher profissional nela provavelmente estava em conflito
com o lado selvagem dela. Ela estava lutando para decidir provavelmente
se me chamava de idiota ou se me felicitava por ser um perfeito
cavalheiro.
"Bem, eu não direi que este era o modo correto para responder, mas
pelo menos você conseguiu evitar muitas dificuldades. A última coisa que
nós precisamos agora é uma piloto grávida."
Eu fiquei extremamente vermelho com este pensamento.
"Entãooooo... me deixe ver. Rei... mostrou... um interesse... em
você. Um intenso interesse. Asuka também parece mostrar um certo grau de
interesse. E agora, você está me falando que você está realmente
interessado em ambas, e não sabe quem escolher, certo"?
"Er.... Bem.... Sim, eu acho, isso é um modo para colocar as
coisas".
"Shinji..."
A face de Misato estava estranhamente séria.
"Eu posso só lhe dar um conselho..."
Eu não podia acreditar na minha sorte! Misato ia *realmente* ser de
alguma ajuda!
"Saia com ambas, é claro"!
"O QUE?! Que tipo de conselho estúpido é esse"?
O punho de Misato bateu forte na mesa.
"Cuidado com seus modos, rapazinho !"
Vendo que eu estava, sem nenhuma dúvida, cheio de vergonha, A
expressão de raiva de Misato foi substituída depressa por um sorriso
largo.
"Shin-chan, a menos que você faça uma escolha agora, como você
espera escolher, se nem mesmo as conhece um pouco mais que as conhece
agora? Eu posso pensar somente em um modo para conseguir conhece-las
melhor, e isso é sair com elas... e não ao mesmo tempo se possível".
Isso não é... desonesto"?
"Bem... nenhuma delas é sua namorada contudo..."
"Você... você tem razão..."
"Claro que eu tenho! E se você não está seguro, então pergunte para
Kaji o que ele iria fazer. Eu estou segura que eu já posso adivinhar a
resposta dele..."
* * *
"Saia com ambas, é claro"!
Droga! Misato tinha tido razão afinal de contas. Bem, se isso é o
que Kaji faria...
"Obrigado, Kaji-san. Seu conselho foi bastante útil"
"Eu estou sempre feliz em ajudar, Shinji-kun. E eu tenho que
confessar, eu estou bastante intrigado por esta situação. Eu não pensei
que você era um Casanova. Duas meninas de uma vez só. Você é realmente
um jovem impressionante. E para ser honesto, se você manter Asuka
ocupada, dar em cima de Misato será muito mais fácil".
O homem que estava eternamente por se barbear tinha um sorriso
grande na face dele.
"Eu não sei. Enquanto eu estou interessado em Ayanami e Asuka, a
mulher que eu verdadeiramente amo é Misato. Se eu o deixar ter Mi-chan,
algumas noites serão bastante solitárias..."
Kaji estava paralisado, a boca aberta, incapaz de dizer qualquer
coisa.
"Apenas brincando, Kaji-san".
Uma expressão de alívio lavou a face dele, seguida por um sorriso.
"Rapazinho, você tem passado muito tempo com Misato e Asuka..."
Eu dei de ombros.
"Eu não posso ser aquele que é sacaneado sempre, posso??"
"Eu tenho que admitir, as vezes você me impressiona Shinji-kun".
Vindo de Kaji, essas palavras significaram muito para mim. Mas agora
não era a hora para ficar feliz demais com um pequeno elogio. Eu tinha
problemas com os quais lidar.
"Se... se eu saio com elas... o que eu devo fazer?
"Primeira vez"?
Eu acenei com a cabeça.
"Bem, conhecendo Rei, qualquer coisa serve. Ela não é muito do tipo
que sai. Um jantar romântico agradável seguido talvez por um filme.
Extremamente simples, mas no caso de Rei seria provavelmente bastante
novo e excitante. E você tem sorte. O cinema central de Tóquio-3 está
passando um agradável filme romântico este fim de semana. Isso deve lhe
dar bastante oportunidade para... ahem... a conhecer melhor".
Eu fiz uma careta.
"Ei! eu não quero que ela pense que eu sou um pervertido"!
"Estou somente brincando. Totalmente justo depois do susto que você
me deu."
Eu resmunguei uma desculpa.
"Para Asuka, diria eu que quanto mais simples melhor. Ela pode
reclamar um pouco, chama-lo de criança, mas na verdade, Asuka menospreza
meninos que tentam impressiona-la. Apenas tenha certeza de que ela vai
se divertir, e tente falar mais do que você costuma normalmente ".
"Eu entendo, obrigado, Kaji-san".
Eu agradeci a Kaji. Em tempos assim, eu queria que ele fosse meu
pai. Por que meu pai não podia ser como ele? Por que não se preocupava o
bastante para para simplesmente falar comigo.
"Então, com quem você começará?"
Eu já tinha pensado nesta pergunta.
"Ayanami. Devera ser mais fácil quebrar o gelo com ela. Desta
maneira, eu terei uma idéia melhor do que eu estarei fazendo com Asuka".
Kaji parecia aprovar.
"Uma escolha sábia. Embora, há um pequeno problema".
Eu lhe dei um olhar indagador.
"Se lembre, você a estará levando para um encontro. Não a chame de
Ayanami".
Eu acenei com a cabeça em entendimento.
"Rei..."
[continua...]
Da próxima vez:
Aquela que eu Amo É...
Capítulo 3 - Quebrando o gelo
Omake:
"Diga algo"!
Saiu como um grito estrangulado. Ela parecia tão frágil. Assim
vulnerável. Como um animal ferido. Eu quis pega-la em meus braços,
conforta-la, lhe dizer o que ela queria ouvir...
Mas eu não fiz nada.
Tal covarde que eu era. Eu me odiei.
Vendo o que ela provavelmente considerou uma recusa em responder,
Asuka se levantou e me deu um olhar de ódio absoluto.
"SHINJI NO BAKA"! (*)
Eu não estou bastante seguro sobre o que aconteceu logo. De repente,
Asuka tinha uma marreta de madeira nas mãos, que acabou me acertando com
força suficiente não apenas para me machucar como nunca antes em toda a
minha vida, mas também me enviar pelo telhado e em Baixa Órbita da
Terra.
Isso tudo era culpa da Misato! Eu tinha lhe dito que não alugasse
essas malditas velhas fitas de Ranma 1/2?
Espero que eu tenha pelo menos sorte bastante para pousar perto de
um hospital. E em algo macio se possível...
"Kawaiikune..." (*)
As notas de autor:
(1) como mencionado no Newtype 100% Neon Genesis Evangelion Collection
volume, de fato há uma lavadora de roupa no apartamento de Rei. Para os
curiosos, fica situado na esquerda da cama dela, logo atrás daquelas
cortinas escuras.
A frase "Unidos em corpo e alma?" Eu sei que este tipo de frase é visto
mais e mais em fics. Não muito como o clássico "eu não devo fugir", mas
bastante freqüente de qualquer maneira. Eu realmente não pude
resistir... pelo menos, eu não usei "Eu não devo fugir" (eu sei que
algumas pessoas estão doentes de ver isso).
---
Notas de tradução:
Du... du Hure! : Sua... sua puta!
Kawaiikune: Feio
Shinji no baka! : Shinji seu idiota!
Alain Gravel
rakna@globetrotter.qc.ca
28º 1999 de fevereiro
Iniciado no 20º de fevereiro de 1999
Primeira revisão do pre-leitor terminou no dia 24º 1999 de fevereiro
Segunda revisão do pre-leitor terminou no dia 8º 1999 de março
Revisão final terminou no dia 22º 1999 de março
Revisado no dia 25º 1999 de abril

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